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Moeda Única para o Mercosul? Parte 01

Com o advento do novo governo do Partido dos Trabalhadores em 01º de janeiro de 2023, o novo ministro da Fazenda, Sr. Fenando Haddad declarou que trabalharia para a adoção de uma moeda única para os países integrantes do Mercado Comum do Sul, o Mercosul conforme noticiado pela imprensa.


Créditos: Revista Oeste no Twitter. Em 04/01/2023.


Por conta disso, a analista de investimentos e professora do curso de Análise Fundamentalista e de Valuation da Stoxos (www.stoxos.com.br), Heloísa Cruz, @helocruz, colocou uma pesquisa sobre o assunto entre os seus seguidores no Twitter.


Créditos: @helocruz (Heloísa Cruz - Twitter). Em 03/01/2023


Aproveitando a oportunidade, compartilhei com a Heloisa os meus conhecimentos advindos sobre o assunto quando defendi, em 2000, perante banca no meu curso de Ciências Econômicas, meu trabalho de graduação intitulado “Evolução do Padrão Monetário Brasileiro frente à Unificação dos Mercados”.

O texto abaixo foi originalmente postado no Twitter em 03 de janeiro de 2023, e está sendo compartilhado aqui no blog com pouquíssimas alterações, visto que o Twitter é um microblog, uma praça digital de conversa que possui limitação de 280 caracteres por postagem. Espero que esse texto possa trazer maiores informações para você leitor, sobre o assunto do momento que se reveste de grande importância e capacidade de gerar enormes impactos econômicos para a sociedade brasileira.

De acordo com a teoria de Robert Mundell (1932-2021), prêmio Nobel de Economia de 1999, os países do Mercosul estão longe de constituir uma zona monetária ótima, passo necessário para uma moeda única. Meu TCC de Economia, em 2000, foi sobre isso. Naquela época era inviável. Hoje continua inviável.

Aliás, segundo a teoria de Mundell, nem a Europa seria considerada uma zona monetária ótima. Porém, eles tinham uma integração infinitamente maior entre as economias (comunidade europeia do carvão e do aço; comunidade econômica europeia) e o marco alemão já regia o continente com a serpente europeia (as moedas flutuavam no passo do marco alemão).

Por isso, o Euro funcionou, apesar do estouro dos PIGS* (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) em 2010. E o problema lá persiste camuflado. O Sul europeu gasta mais do que produz e o Norte (Alemanha) gasta muito menos do que deve. Esse desequilíbrio retornará enquanto não houver federalismo fiscal no âmbito da União Europeia.


Nota:

· No Twitter, ao meu referir aos PIGS, eu coloquei o “I” como Itália, não Irlanda. Porém, a Itália também estava em situação econômica bastante debilitada e perigosamente quase esteve dentro do grupo, que então, seria PIIGS. O termo original, PIGS conviveu, na imprensa da época, com o termo PIIGS, pois muitos analistas achavam que a Itália entraria em crise. Não entrou, por pouco.


Prof. Dr. Drauzio Antonio Rezende Junior


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